sexta-feira, 14 de março de 2008

Liberdade

Quando digo apenas a si própria, quero dizer diretamente e em primeira instância; pois qualquer coisa que afete a si mesmo, poderá afetar os outros através de si; e a objeção que pode estar fundamentada nesta contigência será considerada em seguida.
Esta, então, é a área apropriada da liberdade humana.
Ela compreende, primeiro, o domínio interno da consciência; liberdade de pensamento e sentimento; absoluta liberdade de opinião e sentimento sobre todos os assuntos, práticos ou espulativos, científicos, morais ou teológicos.
A liberdade de expressar e publicar opiniões pode parecer que se enquandra em um princípio diferente, uma vez pertencente àquela parte da conduta de um indivíduo que interessa a outras pessoas, mas, sendo quase tão importante quanto é a liberdade de pensamenteo em si, e baseando-se em grande parte nas mesmas razões, é inseparável dele.
Em segundo lugar, o príncipio requer liberdade de gostos e objetivos; construir os planos de nossa vida para que se adaptem ao nosso caráter, fazer como gostamos, sujeitos às conseqüências que possam surgir; sem impedimento de nossos próprios semelhantes, contando que o que fizermos não os prejudique mesmo que eles achem que nossa conduta é tola, perversa e errada.
Em terceiro lugara partir desta liberdade de cada indivíduo, segue-se a liberdade, dentro dos mesmos limites, de associação dentre os indivíduos; liberdade para unir-se, por qualquer propósito que não envolda danos a outros; supõe-se que tais pessoas sejam maiores de idade e não sejam forçadas ou enganadas. (pg. 30 e 31)

Cada um é o guardião adequado de sua própria saúde, quer o corpo, mente e espírito. (pg. 31)
Uma pessoa pode causar mal a outros não apenas por suas ações, mas por sua inércia, e em qualquer caso ela será justamente responsável por danos aos outros. (pg. 29)


Ensaio sobre a Liberdade, John Stuart Mill.

Nenhum comentário: