-Ei cara, acorda. Nem tudo são flores.
-Eu sei.
-Sabe? Porque então pisa com tanta força? Um dia não pisará em flores e se machucará gravemente.
-Eu sei.
-Sinto que sabe. Teu olhar não é mais o mesmo. Mas do que adianta sabê-lo e continuar na mesma?
-Eu sei.
-Tu sabe? Hipócrita!
-Sim, sou eu.
-Corrupto.
-Sim, sou eu.
-O que tu sabe?
-Sei que ando sobre rosas e que rosas têm espinhos. Sei que nem tudo são flores. Sei que a vida não será sempre assim, suave e fácil como foi até hoje, e que devo tirar o peso sobre os meus pés - o caminho não é constante e não é regular -, atingindo isso através do auto-conhecimento e domínio da minha personalidade. E sou tolo por saber disso e continuar a caminhar de forma pesada. Sou estúpido por ver o que vem em minha direção e não me preparar para recebê-lo, mesmo sabendo que posso suportar com um bom preparo.
-Muito bem. Também é sincero. Eis que digo a ti: tu vê a luz, não a escuridão. O caminho que leva a escuridão mais profunda é aparamente melhor e todos que caminham por ele são cegos. Todo o caminho a ser percorrido está cheio de rosas, mas tais rosas possuem veneno e são indolores. Assim as pessoas perecem nesse caminho, sem sentir dor física e sem entender o porquê de tudo. Já o caminho que tu vê não é o da escuridão. Tu disse que deve tirar o peso sobre os pés porque sabe que o caminho é inconstante e irregular, sinal de que por onde tu passa está iluminado.
-Agora compreendo com mais clareza. Já sei também o porquê de não chegar a lugar algum.
-Para bom entendedor, meia palavra basta. Não conclui e mesmo assim tu entendeu. agora que sabe, apresse os passos e esteja leve às irregularidades.
-Sim, é o que eu vou fazer. O tempo que perdi não pode mais ser recuperado e não posso mais perder tempo. Eis que parto com mais velocidade e leveza na vida.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
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